Bertrand Brasil

Eu li - Férias

quinta-feira, agosto 30, 2018

Título: Férias
Original: Rachel's Holliday
Autor: Marian Keyes
Número de páginas: 560
Ano: 2009
Tradução: Heloisa Maria Leal
Editora: Bertrand Brasil

Rachel Walsh tem 27 anos e a grande mágoa de calçar 40. Ela namora Luke Costello, um homem que usa calças de couro justas. E é amiga - pode-se mesmo dizer muy amiga - de drogas. Até que a sua vida vai para o Claustro - a versão irlandesa da Clínica Betty Ford. Ela fica uma fera. Afinal, não é magra o bastante para ser uma toxicômana, certo? Mas, olhando para o lado positivo das coisas, esses centros de reabilitação são cheios de banheiras de hidromassagem, academia e artistas semifissurados (ao menos ela assim ouviu dizer). De mais a mais, bem que já está mesmo na hora de tirar umas feriazinhas. Rachel encontra mais homens de meia-idade usando suéteres marrons e sessões de terapia em grupo do que poderia supor a sua vã filosofia. E o pior é que parecem esperar que ela entre no esquema! Mas quem quer abrir as janelas da alma, quando a vista está longe de ser espetacular? Cheia de dor-de-cotovelo (o nome do cotovelo é Luke), ela busca salvação em Chris, um Homem com um Passado. Um homem que pode dar mais trabalho do que vale... Rachel é levada da dependência química para o terreno desconhecido da maturidade, passando por uma ou duas histórias de amor, neste romance que é, a um tempo, comovente, forte e muito, muito engraçado.

Rachel é a irmã do meio da família Walsh, uma irlandesa que mora em Nova York em um apartamento que divide com a amiga Bright. Sempre tentando provar para si mesma e o resto do mundo que não é uma fracassada, e para aguentar o emprego que odeia, ela usa medicação descontrolada, usa drogas ilícitas e bebe feito um gambá para conseguir suportar a barra. Mas, após sofrer uma terrível overdose e ter parado no hospital, o namorado Luke e a Bright chamam ajuda dois pais dela para resolver a situação, pois havia saído de controle.

A vida de Rachel vira de cabeça para baixo, pois ainda não havia se dado conta de que se tornara uma toxicômana. Abandonada pelo namorado e a amiga que não suportavam mais o seu comportamento, ela vai arrastada para o Claustro, uma clínica de reabilitação para viciados. A família só consegue realmente convencê-la depois de dizerem que o lugar era como um spa repleto de pessoas famosas. Ela resolve então encarar como um retiro de férias, fingindo que tudo não havia desmoronado bem na sua frente.

Logo ela acaba descobrindo que o Claustro é na verdade apenas um lugar com pessoas simples e desconhecidas, e que não é nada parecido com um spa, pois eles de fato fazem sessões de terapia, limpam a própria bagunça e preparam a própria comida.

Enquanto isso, Rachel vai recordando do passado mais recente, onde sua vida em Nova York parecia badalada e empolgante, até as mais remotas e dolorosas lembranças da infância, onde aparenta mostrar a fonte de seus vícios e a necessidade de suprir o sofrimento com alguma válvula de escape.

Lá ela faz novas amizades, conhece novas histórias, tenta paquerar um dos internos e passa por uma enorme fase de negação, pois busca se justificar a todo momento que não precisava estar ali.

Repleto de bom humor, e sempre procurando as celebridades dentro do Claustro, Rachel nos leva à loucura com sua teimosia e ideias mirabolantes para sair da condição em que se encontra.


A história é narrada em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Rachel. É perceptível como a personagem é bastante insegura consigo mesma, e em algumas vezes conseguimos conhecer a fundo a fonte de tal comportamento.

Para ela tudo estava uma porcaria, mas tudo ia se resolver num piscar de olhos, pois quando usava as drogas, a dor sumia e a alegria voltava, mesmo que por pouco tempo. Ela nem se dava conta de que a sua rotina baseada em substâncias tóxicas fazia maltratar as pessoas ao seu redor, tanto que, mais tarde, descobrimos isso através dos relatos de Luke e Bright.

De forma suave e cativante, a autora nos prende a cada situação vivida pela Rachel. É uma leitura que além de fazer rir, emociona bastante, uma vez que conhecemos também outras histórias dos demais pacientes do Claustro, mesmo que rapidamente.

Não nego que me dava muita raiva (um ranço bem grande, pra ser sincera) quando a Rachel era esnobe com os outros, principalmente com o Luke. Mas, compreendi depois que a maioria sofre com traumas bem graves na vida, e pode reagir de formas diversas diante de seus problemas. Todo mundo erra, mas há sempre chances para recomeçar.

O livro é o segundo volume da série "Irmãs Walsh" e cada obra traz a história de uma irmã diferente, mas é possível haver algum ou outro spoiler, caso seja lido fora da sequência.

Leitura mais que recomendada!


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8 comentários

  1. Oie, tudo bem? Eu amo tudo que essa autora escreve e sinceramente, todos os personagens são incríveis demais! Melancia sempre vai ser meu livro queridinho, mas acompanhar a vida das outras irmãs é muito bacana, eu gostei da maneira como a autora abordou o uso de drogas na obra, nada superficial e ainda conseguiu escrever uma trama divertida.

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  2. Eu já alguns livros da Marian e gostei! Esse está na lista dos próximos! Adorei sua resenha!!! <3

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  3. Oiii Ana

    A Rachel tb me irritou em certos momentos por como se comportou, mas eu entendi tb que ela estava de certa forma doente, e tinha uma carência forte em busca de aprovação pessoal. Eu gostei mais desse livro do que de Melancia, achei a história mais tocante e intensa, ainda assim me custa engolir a familia Walsh, Helen por exemplo eu acho uma tremenda egoísta. Os livros da Keyes não me fazem rir, nenhum deles, mas Férias me fez refletir e de certa forma me transportou para a realidade daquela trama, por isso pra mim valeu a pena a leitura.

    Conhecer os outros habitantes do Claustro foi bacana mesmo, só teve um que me decepcionou por ser um tremendo babaca, esperava mais dele, porém, refletindo bem isso deixou a história até mais realista, pois a autora não enfeitou a realidade mais dura.

    Beijos

    www.derepentenoultimolivro.com

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  4. desculpa, mas tenho ranço da autora xD kkkkkkkkkkkk
    mas legal vc ter curtido a leitura, imagino que para os fãs de MK e do gênero chick-lit, certamente esse livro vai empolgar e cativar...

    abração :)

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  5. Eu sou apaixonada pela escrita da autora, mas de todos os livros que li dela esse foi o que menos gostei hahaha.. E lendo sua resenha deu pra ver que passamos raivas com as mesmas situações e comportamento. AHHHH tenho que elogiar a foto *_* AMEI demais

    Sai da Minha Lente

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  6. Oi, Ana!
    Eu ainda não conhecia o livro e a sua resenha já me deixou curiosa para ler, provavelmente eu também ficaria na maior raiva com a Rachel hahaha
    Achei a premissa bem interessante, parece ser uma leitura agradável e cheia de momentos leves para nos descontrair um pouco. Adorei a dica!

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  7. Olá
    Essa não é uma leitura que eu costumo fazer pois não gosto de chic-lit, mais a historia da Rachel me deixou bastante curiosa saber o motivo dela se drogar dica anotada

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  8. Eu sou fã da autora e das irmãs Walsh. Dos livros referentes a família esse é o meu favorito. A baixo estima, a relação com o corpo e a necessidade de aceitação me emocionaram demais. E acho Luke Costello o meu homão da porra favorito, após Mr. Darcy. Kkkkkk

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