Olá, meu povo! Tudo bem? Espero que sim :)
Hoje darei continuidade (e entrada para a reta final) do desafio mais que lindo do mestre Poe com o poema do mês de outubro.
O mês do terror já passou, mas nunca é tarde para conhecer ou reler esses clássicos. Através de seus escritos, percebemos o quanto o autor se inspirava na morte, no oculto e ou nos mais profundos mistérios da alma humana.
Espíritos dos Mortos
I
Tua alma encontra-se solitária
Entre pensamentos trevosos sob pedra mortuária
Ninguém, dentre toda multidão, irá espreitar
Durante a tua hora de se ocultar
II
Fica em silêncio e isolado,
Mas não solitário - Para que então,
Os espíritos dos mortos que outrora estavam do outro lado,
Quando em vida, perante a ti novamente estão
E agora em morte te rodeiam - o que desejam
Ofuscar-te a visão - não permitas o que anseiam
III
A noite, embora iluminada, há de observar
E as estrelas, para baixo, não irão olhar
De seus altos tronos celestiais
Que iluminam como Esperança aos mortais.
Mas teus rubros orbes, sem feixe de luz,
À tua fadiga podem fazer jus
Tal como uma queimação e uma febre
Que podem apossar-se de ti para sempre
IV
Agora há pensamentos que não deves banir
Agora há visões que nunca irão partir
De teu espírito eles passarão
Nada além do que gotas de orvalho sobre o chão
V
A brisa a soprar, quieta e divina
E a névoa sobre a colina
Sombria, sombria, porém virginal
É um símbolo, é um sinal
Que se ergue sobre as árvores sem critérios,
Como o mistério dos mistérios!
(Edgar Allan Poe*)
*Tradução: Bianca Radics e Diogo Aguiar .
1 comentários
Oi Ana!
ResponderExcluirLi o primeiro volume de Medo Clássico do Poe no mês passado e fiquei ainda mais apaixonada pelo autor! Esses poemas dele me lembram um pouco Álvares de Azevedo. :)
Beijos!
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