Olá, viciados! Tudo bem? Como estão se saindo com as metas literárias esse ano?
Bem, eu estou dando o máximo para cumprir as minhas e hoje vim falar um pouco sobre o poema de fevereiro do Desafio 12 meses de Poe.
Vamos conferir?
II
Bem, eu estou dando o máximo para cumprir as minhas e hoje vim falar um pouco sobre o poema de fevereiro do Desafio 12 meses de Poe.
Vamos conferir?
A adormecida
I
À meia-noite, ao sexto mês
A áurea lua em minha tez.
De sua orbe um vapor
Exprime orvalho em torpor,
Pingando suave ali perfaz,
No topo da montanha, paz.
Dormente esta névoa vem
Enquanto cobre o vale além.
À cripta pende o alecrim
E os lírios sobre o mar carmim,
Neblina envolve o busto teu,
Ruína que repousa ao breu;
O lago, afim a Lete o rio,
O léu, alerta, assumiu,
Do sono então jamais saiu.
As Belas dormem! – vê! Jazer,
II
Amada! Podes me assentir
P’ra noite a janela abrir?
O ar alegre e fugaz
Por copas verdes tranças faz –
O ar etéreo, em carretel,
Perpassa por teu mausoléu,
Enleia o véu de ondas em
Espasmos – temerosos – bem
Acima do tenaz caixão
Que encerra ali teu coração,
Tal como assombrações em gris,
As sombras perambulam vis.
Querida, não temeis o mal?
Quais são teus sonhos, afinal?
Pois de país distante vens
E toda atenção reténs!
Estranha a tua alvura é,
Estranhas mechas tens, até
Estranha é a tua fé!
III
Que a dama possa repousar,
Seu sono o céu a vigiar
E profundo venha a ficar!
O leito torna-se um calvário
E o mausoléu um santuário.
Que para sempre, eu peço a Deus,
Cerrados olhos sejam teus
A os fantasmas camafeus!
IV
O meu amor a repousar,
Os vermes sobre ti passar
E teu descanso aprofundar!
Floresta adentro, que algum
Jazigo, belo, incomum,
Suas portas abra para ti
E que, imponente, possa ali,
Zelar por ti sob os umbrais
De familiares ancestrais.
De sua infância o que restou
Foi a memória que bradou
Das muitas pedras que jogou
Na porta que jamais irá
Algum ruído ecoar lá.
Criança, sabes que a voz
Dos mortos é um som atroz.
(Edgar Allan Poe)
O poema que vocês leram foi traduzido do original The Sleeper (1831) pelas acadêmicas da UFPR Gisele Leocádia, Andréa Brüning Beltrão e Daia Sehnem.
O texto retrata a mulher amada que se foi. Poe mais uma vez não economiza palavras para descrever de forma melancólica e gótica sobre o tema morte e amor.
Espero que tenham gostado :*
Grande abraço!
O texto retrata a mulher amada que se foi. Poe mais uma vez não economiza palavras para descrever de forma melancólica e gótica sobre o tema morte e amor.
Espero que tenham gostado :*
Grande abraço!
2 comentários
Esse "Os vermes sobre ti passar" foi demais pra mim!!!
ResponderExcluirhahaha
ExcluirRealmente tem que ter estômago para ler Poe e nem um pouco de medo
Adoraríamos saber o que você achou do post!